terça-feira, 25 de setembro de 2007

eu não estava realmente ali. nunca sei exatamente onde estou. mas os olhos não enganam, nunca enganam. nem os meus dedos com aqueles cabelos entre eles. eu sabia a textura daqueles fios, cada um deles, de cór. alguns mais finos e claros, quase transparentes; outros tão pesados e grossos, uma presença irrefutável, mesmo que eu não realmente me soubesse ali. e os cabelos deixavam o cheiro de sua textura no travesseiro, no meu colo debaixo do travesseiro. eu me lembro bem. eram gestos solitários, mui solitários, você tão parado que nem parecia sonhar, eu tão viva que de fato explodia por dentro. e os fios mais grossos dos seus cabelos se tornavam lâmina, meus dedos sangravam. eu te sentia invadido pelos meus dedos. eu alcançava com eles alguns dos seus pensamentos mais bobos, quando como você me disse, certa vez, nossos olhos em uma perfeita linha reta e a poucos centímetros de distância, que não sabia o que fazer comigo. que não sabia se gostava realmente que eu estivesse ali. e eu não estava realmente ali. nunca sei exatamente onde estou.

6 comentários:

Anônimo disse...

é sério... qnd eu crescer, quero ser como você...
voz de tenor, cabelo instável, falar 4 linguas e tudo mais!!!

Unknown disse...

Te devolvo o peso dos meus cabelos entre seus dedos, o peso de meus pensamentos em teu travesseiro.

Com tanta vida do lado de la, so me resta a linha reta, a pouca distancia e aceitar onde estou.

Eu estava ali.

Beck disse...

ouça "las plasticines", melhor bandinha do novo rock de paris.

não conheço jeanne cherhal, mas acho plasticines uma das melhores coisas que eu ja (ou)vi vindo de lá, que se tratando de musica e tirando os gainsbourg e o daft punk, só produz merda.

e não venha me falar em françoise hardy e jacques dutronc.

THE SELF CHEATER disse...

Enquanto ele não sabia o que fazer, ela desejava que ele demorasse a descobrir.

Temendo escolher errado, continuou a sentir o sangue dos dedos, como se fora um vampiro em jejum, diante de uma refeição que nunca fora sua predileta, talvez, nunca fora nada.

Mas poderia tornar-se algo após a escolha... errada?

Cerra mais ainda os olhos, respira fundo disfarçadamente, voa para longe, para bem dentro do vazio de seu peito, tentando não sentir o calor dos dedos.

...

Seus dedos ainda colhendo pensamentos, semeando dúvidas, acariciando memórias futuras e perdendo nas pontas dos dedos... certezas passadas.

_____________________________

;*

Maria das Coxas disse...

Que bonito isso!
:*

Beck disse...

guess who's back.

péssima semana. sorry.