terça-feira, 9 de outubro de 2007

et puis tu cries: 'c'est dégueulasse!'

não quer pensar não pense
que é bem mais branco ali do que
foi ontem não me lembro estive
enumerando os tropeços de ternura
e cansa vira espaço sem ter bem
a dimensão dos traços
esses traços
seus cabelos seus maltratos
seus atrasos meus ardis
não quer sair não saia
é vermelho o sol nascendo
no leblon estou fadado
a sempre viver ali mas
não há portas há caminhos
pra se esquivar do tanto meu amigo
do tanto de escuridão ali e claro
claro que estaria frio era noite morta
claro que seria o fim

6 comentários:

Gabriel Moura disse...

O claro, o vazio, o silêncio, o fim.

Nada diz tanto sobre a vida quanto a própria vida. Viver nos mostra que Temos apenas uma certeza quanto a tudo: O FIM.

FIM.

Vitor disse...

Sabe, essa métrica, pra mim, sem instrução, dá vertigem. Sério, eu sinto se se soubesse dirigir, compararia isso com derrapadas de um carro em dia de chuva. Quando vc pensa que vai pra um lado o texto, sei lá, de algum jeito, ele pula pra outra linha. Eu, heim. Preciso ler mais!

Beck disse...

por mais ignorante, anticultura e estupido que possa ser, tenho um pouco de preconceito com poesia em português: me faz pensar em letras baratas do jota quest e não em william blake.

mas devido a pressão de comentar algo relacionado aos seus posts...

ao ler me deu uma idéia de inferno e paraiso juntos no limbo. luz e escuridão de maos dadas.

um sol quente batendo em um átrio gelado.

no hay otros paraísos que los paraísos perdidos. disse...

nossa, você lê fernando pessoa, camões, manuel bandeira, augusto dos anjos... e pensa no jota quest?

Beck disse...

e azevedo.


i cant help it.

Anônimo disse...

eu penso é na ana, mesmo. uma pessoinha que passa por um monte de coisas todos os dias.
laurinha - hj "anônima"
;o)