e um dia, afinal, tinham direito a uma alegria fugaz.

eu não sei se deveria pular carnaval. realmente não sei. é uma epidemia ofegante, de fato. tantos deles rodando, rodando numa avenida longa. nas muitas avenidas longas da cidade. vai-se ao cinema: a epidemia é ofegante, aqui se paga com traição a quem sempre lhe dá a mão. eu ligo a televisão e mal posso acreditar que aquilo tudo está acontecendo tão, tão perto daqui. amanhã, em algumas dezenas de minutos, é segunda-feira de carnaval. em outros países, alguns países, já é segunda-feira, mas carnaval não há.

não sei se deveria pular alguma coisa. talvez pular esses dias? pelo menos, eu sei o tempo que dura. tudo vai acabar aos vinte e cinco. vinte e cinco anos e quarta-feira de cinzas. eu odeio os inícios. já mencionei que odeio os inícios?
que tipo de angústia é essa que sequer pede pra acompanhar? é um ofegante epidemia. muitas vezes, tantas vezes, durante o ano inteiro, é carnaval. eu sequer sei o que isso significa.

o homem na televisão fala sobre o caminho da esperança. não entendo o que significa. é possível entender qualquer coisa com essa angústia, essa ofegante epidemia?



25 anos. quanta grandeza. quanta respiração. eu engasgo.



essa é mais uma postagem fracassada.
FRACASSADA.