segunda-feira, 12 de maio de 2008

hoje o dia rendeu.

daí, saíram dois. numa aula escrota de literatura italiana, à leitura de corrado govoni.



o outono no rio de janeiro


postos o sol e os beijos
chega maio - outono inventado
na cidade de fumaça em arabesco.
há cigarros milimetricamente dispostos
e cafés a perder as vistas -
entra quente na garganta,
como o amor.
tudo pode mudar a estação
n'outro lado da espera -
não se vê daqui a primavera,
não se vê daqui o amor.
mas nada se esconde -
há sol fresco lá fora
e o vento frio do outono inventado.
frustra-me o sol
brilhando d'outro lado
e eu compreendo o outono inventado
como quem recebe o amor.




ainda


ler é ir-se embora -
os lábios espalham os estribilhos.
vai-se embora; as palavras varrem
a poeira escondida nas mãos.
faz-se ritmo - ler é movimento:
as ruelas do mundo inteiro
escondidas nas mãos.

5 comentários:

Anônimo disse...

"e eu compreendo o outono inventado
como quem recebe o amor."

vc é mt perfeita!

Anônimo disse...

daí que the clock is ticking, and that, for once, is a really good thing.

Vitor disse...

... e eu estava indo muito bem, hoje, sem cigarros, até ler isso. Ok...
Outra: eu posso ser um filho da puta insensível (mas nem sou...) mas juro que não entendo o que tem nas estações do ano e nos meses que te tomam tanta atenção. Sério, Ana! Pra mim é frio ou calor. Pra você é outono inventado, Abril-sei-lá-o-que, Maio-também-não-sei. Acho engraçado, mas não entendo.

ainda...
Bom, tinha elaborado uma coisa muito legal pra dizer, mas ai lembrei que é sobre o falar e não sobre o ler, por isso, fica pra próxima. ahahahah

Anônimo disse...

adorei seus textos, parabéns!

Anônimo disse...

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