à leitura de 'una carta de amor', de julio cortázar.
dos prazeres que juntos inventamos
resta ainda a pura comoção
do que se deixou estar à cama
do que juntos realizamos
à cama.
como as coisas que passam
e não amam,
tens palavras, muitas,
e as dizes sem cuidado.
és o corredor, o duro piso
e todos os possíveis passos
sob os sóis de todas as manhãs
(em que sou fraco).
e não me amas,
não me amas,
mas vê bem: há volúpia
nos teus dedos quando,
em espasmos,
alcanças os meus gritos
de sincera dor.
és já liberta
e à morte não brindamos.
urram já meus olhos
à visão do abismo:
tuas mãos com pressa,
o terror de tantos anos
e o tanto
do que sinto.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
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2 comentários:
é rápido.
me gusta.
Esse Cortazar...
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