certa vez, na cidade de são paulo,
acordei de um sono leve e senti
a claustrofobia do quarto.
era análogo aos gritos guardados
bem lá dentro
era um grito de existir
sem existir
nem sempre.
como a pose duma fotografia
aos três anos
o sorriso do meu irmão
ali ao lado.
uma angústia na cidade de são paulo
tantas luzes na cidade
e são paulo
sem saber existir.
era corpo e tanto sono
bem ao lado
e aquela voz sem nome
de que falam
era um sempre e inevitável souvenir.
se eu ao menos me lembrasse
de são paulo
se a claustrofobia ali houvesse estancado
se não fosse aqui...
domingo, 2 de setembro de 2007
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8 comentários:
adoro quando você escreve sobre a cidade de são paulo. daquela angústia do asfalto fervendo, eu sei bem.
saudades, but it "ain't no news".
:*
"(...)acordei de um sono leve e senti a claustrofobia do quarto."
Me lembrou a época em que eu morava na Rua Maceió em frente ao sujinho, esquina com a Consolação.
Eu acordava toda hora no meu loft (vamos ser chiques, né, nada de kitnet) com motor de ônibus e motos passando pela rua.
"e aquela voz sem nome"
schizophrenia? :P
qquer cidade é sin hugo.
'a voz sem nome' é mr. foucault. é que eu sou meio metida. hahahaha
que mané, foucault. é mr fucô!
inútil dormirrrrrrrrrrrr
que a dor não passa...
Minhas lembranças de São Paulo são antigas. São - em ordem cronológica- do biscoito fofy, andar de mini-bugre, uma festa de aniversário num lugar com fliperamas,e um condomínio militar cheio de árvores e grama,que não tem cara de São Paulo. Não sei, mas acho que sou muito niteroiense pra gostar de SP. E muito preconceituoso tb, pq implico com paulistas.
Entretanto, porém, contudo, da claustrofobia, me ocorre outra coisa: não é raro eu me pegar pensando em como eu gostaria de morar num apartamento de um só cômodo, de forma ue eu pudesse olha-lo por completo - vigia-lo, na verdade - de forma integral. Como falaram ai do Foucault, né. Panoptipo doméstico é muita paranóia? ahahahah
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